ÍNDICE
Historial Da Portugal Telecom
Dados Estatísticos da Portugal Telecom
Empresas Comparticipadas da Portugal Telecom
Peso das Acções da Portugal Telecom nas Bolsas
Relatório de Gestão
Liderança da Portugal Telecom
Recomendações : Comprar, Vender e Manter
Conclusão
Bibliografia
Vivemos na era da comunicação. Nesse sentido e, como sendo o mais fiel representante das telecomunicações em Portugal, achamos pertinente analisar o Grupo Portugal Telecom. Este grupo é a maior entidade empresarial de telecomunicações no nosso país, sendo este um dos motivos porque tantos empresários decidem investir nas suas acções.
Nas páginas que se seguem iremos fazer um pequeno historial da Portugal Telecom, analisar as suas cotações bianuais (1996-1997), e tentar demonstrar graficamente a sua evolução ao longo do período em causa.
Todo o bem que se compra e que se vende necessita de um mercado para o "regular". Também assim, é necessário a Bolsa de Valores para "regulamentar" as transacções diárias de todos os títulos negociáveis.
Para se investir em empresas é necessário analisar detalhadamente o mercado para escolher o período mais vantajoso para aí investir. Como tal, procuramos chamar a atenção para as datas nas quais as acções atingiram os valores mais favoráveis ao investimento.
O Grupo Portugal Telecom é a maior entidade empresarial de telecomunicações em Portugal. Oferece um conjunto de produtos e serviços ajustados às necessidades do mercado, em que a qualidade, diversificação e inovação, são aspectos determinantes.
Oferecemos à escala nacional, o serviço telefónico local, de longa distância e internacional, assim como o serviço de aluguer de circuitos. Em áreas já liberalizadas, concorrenciais, destacamos os serviços telefónico móvel, pagina, televisão por cabo, comunicação de dados, valor acrescentado e ainda teledifusão.
O Grupo Portugal Telecom é o maior empregador a nível nacional. Em 1997 representou 0,4% do emprego total e foi um dos maiores investidores em Portugal com um peso de 2,3% na Formação Bruta de Capital Fixo.
Queremos continuar líderes nos domínios em que actuamos - telecomunicações e multimédia - fidelizando os nossos clientes e conquistando novos mercados para o que contribuirá decisivamente a nossa política de internacionalização através de um alinhamento estratégico com parceiros de negócio.
O Grupo está presente em diversos mercados geográficos, com os quais existem afinidades culturais, linguísticas e económicas.
Na Europa estamos envolvidos em diversas associações e sociedades nas quais somos reconhecidos através da participação nos respectivos órgãos sociais. É o caso da ETNO - centro de discussão onde participam os principais operadores de telecomunicações, EURESCOM - sociedade que tem por missão a investigação e desenvolvimento no domínio das telecomunicações e ETSI - Instituto Europeu de Normalização de Regras de Aplicação Pratica das Telecomunicações.
Na Ásia a maior e melhor presença é em Macau, através da participação na CTM - Companhia de Telecomunicações de Macau, empresa que explora os serviços de telecomunicações fixos e móveis.
Em África a presença do Grupo é forte nos países de expressão portuguesa mas estende-se ainda a outros. Somos membro de uma associação de que fazem parte todos os operadores de Correios e Telecomunicações dos Países e Territórios de Expressão Portuguesa. Trabalhamos na transmissão de dados, distribuição de listas telefónicas, telefonia fixa e serviços móveis, prestando ainda consultoria a vários governos africanos.
Na América Latina temos a PT Brasil e a maior empresa no negócio de pagina neste país - a Mobitel.
Durante este ano participaremos em força na privatização do Sistema Telebrás de que fazem parte as grandes empresa de telecomunicações quer da rede fixa, quer da rede móvel.
Do Grupo, a Portugal Telecom é a maior empresa portuguesa cotada no mercado nacional, estando também cotada na New York Stock Exchange (NYSE), para além de poder ser transaccionada na SEAQ (Stock Exchange Automated Quotation System) da Bolsa Internacional de Valores do Reino Unido.
Dados Estatísticos da Portugal Telecom
|
|||||||||
DADOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS (milhões de contos) |
1996 |
1997 |
|||||||
|
|||||||||
Receitas de Exploração (1) |
395.8 |
412.6 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Resultados Antes de Impostos |
100.1 |
113.6 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Resultado Líquido |
55.2 |
70.4 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Cash Flow |
153.2 |
176.0 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Investimento |
101.6 |
154.7 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Activo Líquido |
825.0 |
925.3 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Capital Próprio |
408.6 |
401.4 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Capital Social |
190.0 |
190.0 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
|||||||||
INDICADORES (%) |
|||||||||
|
|||||||||
Margem Líquida (RL/Proveitos Operacionais) |
12.9 |
15.9 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Margem Bruta (RAIJ/Proveitos Operacionais) |
29.5 |
30.1 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Cobertura dos Encargos Financeiros (nº x) |
4.8 |
6.7 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Rentabilidade dos Capitais Próprios (3) |
14.2 |
17.4 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
RAIJ / (Capital Próprio + Dívida Líquida) (3) |
21.3 |
22.6 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Dívida Líquida / (Dívida Líquida + Capital Próprio) |
31 |
32 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
|||||||||
SERVIÇO FIXO DE TELEFONE |
|||||||||
|
|||||||||
Acessos Telefónicos Principais (4) (milhares) |
3 822 |
4 002 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
38.5 |
40.2 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
34.9 |
37.5 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Dimensão da Rede Básica |
|||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
4 430 |
4 582 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
79 |
88 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
5 641 |
5 738 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Rede Interurbana(5) - % Digitalização |
100 |
100 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Qualidade de Serviço |
|||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
0.9 |
0.8 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
10.7 |
6.4 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
|||||||||
SERVIÇO DE ALUGUER DE CIRCUITOS (milhares) |
|||||||||
|
|||||||||
Circuitos Alugados |
35.5 |
38.3 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
29.3 |
28.9 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
6.2 |
9.4 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
|||||||||
RECURSOS HUMANOS |
|||||||||
|
|||||||||
Efectivos |
17 565 |
16 576 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Trabalhadores ao serviço (6) |
17 457 |
16 477 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Acessos telefónicos por trabalhador ao serviço |
219 |
243 |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Valor acrescentado bruto por trabalhador ao serviço (mil contos) |
18.3 |
19.8 |
|||||||
|
EMPRESAS COMPARTICIPADAS DA PORTUGAL TELECOM
O Grupo Portugal Telecom iniciou a sua actividade com o capital social de 190 milhões de contos, o qual se encontra repartido pelas várias empresas comparticipadas: Marconi Comunicações Internacionais, TMN, Telepac (comunicação de dados), PTI (Portugal Telecom Internacional), TV Cabo Portugal e Contact @ Web.
A Portugal Telecom estabeleceu vários Acordos de Alinhamento Estratégico com diversos operadores internacionais de telecomunicações, nomeadamente, a British Telecom, a MCI e a Telefónica. Subjacente a esta decisão estiveram diversos factores, dos quais se destacam: a transferência de tecnologia e Know-How de operadores com experiência em mercados totalmente liberalizados e fortemente competitivos, a avaliação prévia de oportunidades para a Portugal Telecom em mercados internacionais seleccionados, o desenvolvimento das rotas e fluxos de tráfego internacional e a eficiente utilização de infraestruturas para o tráfego internacional.
Em 14 de Abril de 1997, a Portugal Telecom estabeleceu acordos com a British Telecom e com a MCI. A empresa considera que o alinhamento com a British Telecom poderá parcialmente compensar o decréscimo dos proveitos derivado das reduções das tarifas internacionais. O acordo com a MCI diz respeito essencialmente aos investimentos internacionais, abrangendo a cooperação, na América Latina e ao nível das comunidades Ibéricas residentes na América.
O Acordo com a Telefónica concretizou-se a 16 de Abril. O aspecto determinante da colaboração com a Telefónica prende-se com a possibilidade de conjuntamente investir em mercados internacionais, com destaque para a América Latina e Magrebe.
No âmbito da sua estratégia de internacionalização, a Portugal Telecom constituiu, formalmente, em 2 de Julho, a Aliança Atlântica Holding, B.V. com a Telebrás, com vista à exploração das oportunidades de investimento conjunto na América Latina e em operadores de telecomunicações nos países de língua oficial portuguesa, potenciando os laços histórico – culturais já existentes.
No dia 25 de Junho de 1998, a Portugal Telecom deu o seu primeiro grnde passo da sua expansão no mercado brasileiro, investindo 69 milhões de contos na compra de 19.6% da CRT – Companhia Riograndense do Sul.
A Portugal Telecom alcançou plenamente o seu grande objectivo no Brasil quando, em 29 de Julho deste ano adquiriu activos pelo valor de 570 milhões de contos no Leilão do Sistema Telebrás, a maior privatização de sempre a nível mundial, hoje realizada.
Os activos adquiridos pela Portugal Telecom incluem o controlo da Telesp Celular (100%) – o maior e mais atractivo operador celular do Brasil e América Latina – e uma participação significativa na Telesp Fixa (23%).
PRESENÇA EM PAÍSES LUSÓFONOS
A Portugal Telecom Internacional é a sub-holding do Grupo Portugal Telecom, que tem por objecto a gestão das suas participadas internacionais.
Empresa criada em 1998, com actividade de Escritório de Representação para promoção de produtos do Grupo Portugal Telecom em Angola, coordenação de negócios existentes e pesquisa de novos negócios.
Empresa criada em 1997, em parceria com a Angola Telecom e investidores privados de Angola, para edição de listas telefónicas e de páginas amarelas de Angola
O Grupo Portugal Telecom tem ainda diversos acordos de cooperação técnica com a Angola Telecom, empresa pública de telecomunicações de Angola.
Empresa com actividade de Escritório de Representação do Grupo Portugal Telecom para coordenação de negócios existentes e pesquisa de novos negócios.
A Mobitel é a maior empresa de paging do Brasil, no qual o Grupo Portugal Telecom detém uma participação de 49% e a responsabilidade da gestão.
Holding crida em 1997, em parceria equitativa com a empresa de telecomunicações brasileira, Telebrás, para investimentos em negócios de telecomunicações fora de Portugal e do Brasil.
A CRT é o maior operador do Estado do Rio Grande do Sul, sendo líder do mercado em telefonia fixa e em telefonia celular. Actualmente, encontra-se enter os principais operadores brasileiros e tem um elevado potencial de crescimento devido à sua posição estratégica enter os países do Mercosul.
Em 25 de Junho de 1998, a Portugal Telecom adquiriu uma participação de 23% no Consórcio que detém 85.1% das acções ordinárias da CRT.
Este operador de rede fixa cobre o Estado de São Paulo, tendo actualmente uma penetração de apenas 16% e uma lista de espera que ascende a cinco milhões de clientes. Em consórcio com a RBS ( Rede Brasil Sul), a Telefónica, a Iberdrola e o BBV, a Portugal Telecom adquiriu no Leilão da Telebrás – 29 de Julho de 1998 – uma participação na Telesp Fixa, detendo 23% das acções.
A Telesp Celular opera no Estado de São Paulo, região mais desenvolvida e com maior potencial de crescimento da América do Sul, devido à sua dimensão, riqueza e concentração.
Responsável por cerca de 38% do PIB brasileiro, a Telesp celular é líder indiscutível de mercado, com uma quota em torno de 90% correspondente a 1.6 milhões de clientes e com uma lista de espera adicional de 3.5 milhões de clientes.
A Portugal Telecom assegurou a posição de controlo de gestão na Telesp Celular, atrvés da aquisição, no Leilão da Telebrás, de 51.8% das acções votantes – 19.3% do capital total – da Telesp Celular Participações AS, holding que detém 71.4% do capital da operadora.
O Grupo Portugal Telecom detém 40% do capital social da empresa e controle da gestão. O restante capital é detido pelo Governo de Cabo Verde e por diversos investidores privados e institucionais.
A empresa presta o serviço telefónico fixo nacional e internacional e ainda os serviços de comunicação de dados, de circuitos alugados, telegráfico e de telex. A Cabo Verde Telecom passou a prestar ainda o serviço telefónico móvel, GSM, a partir do início de 1998.
Participação de 60% no capital social, sendo os restantes 40% pertencentes à Cabo Verde Telecom.
È a empresa que edita as listas telefónicas e as páginas amarelas em Cabo Verde.
A Mensatel é uma das empresas de paging que operam em Espanha detida a 90% pela Telefónica e na qual o GPT tem uma participação de 10%.
As Acções da PORTUGAL TELECOM nas Bolsas
Bolsa de Valores de Lisboa (BVL)
As acções da PORTUGAL TELECOM registaram uma evolução bastante positiva e superior à do mercado, tendo fechado o ano a 8 540 Escudos, ou seja, 93.2% acima da cotação do final de 1996 (4 420 Escudos) e 14.3% acima do preço de venda fixado para a 3ª fase de privatização (7 470 Escudos).
Ao longo do ano, a cotação máxima das acções da empresa foi de 8 560 Escudos, atingida no dia 30 de Dezembro de 1997, reflectindo a integração de Portugal nos índices MSCI para os mercados desenvolvidos, e a mínima de 4 380 Escudos em 2 de Janeiro.
Foram transaccionadas 99.8 milhões de acções (uma média diária de 404 mil acções), o que equivale a cerca de 692 milhões de contos, 19.2% do valor global negociado na BVL, continuando a PORTUGAL TELECOM a ser a empresa com maior liquidez no mercado nacional.
Durante o ano, o turnover (número de acções transaccionadas / número médio de acções admitidas à cotação) da PORTUGAL TELECOM no mercado doméstico foi de 98.2%.
No início de 1998, as acções da PORTUGAL TELECOM mantiveram uma boa performance, atingindo um novo máximo histórico de 11 525 Escudos no dia 12 de Março e continuando a ser uma das acções mais procuradas no mercado accionista português. A cotação de fecho no dia 13 de Março de 1998 foi de 11 040 Escudos.
Bolsa de Derivados do Porto (BDP)
O ano de 1997 ficou igualmente marcado pelo aparecimento do primeiro contrato de futuros sobre uma acção, o Futuros PORTUGAL TELCOM, cuja negociação teve início em 20 de Junho de 1997 (na data do 1º aniversário de funcionamento da Bolsa de Derivados do Porto). Esta escolha advém do facto da PORTUGAL TELECOM ser uma das empresas mais significativas na esfera económica portuguesa e o mais líquido e representativo dos títulos do mercado accionista português. Posteriormente, em Setembro, surgiu o contrato de Futuros sobre as acções da EDP.
Relativamente ao contrato Futuros PORTUGAL TELECOM, foram transaccionados na Bolsa de Derivados do Porto 115 326 contratos no ano de 1997, correspondendo a 86.7 milhões de contos, que equivale a uma média diária de 867 contratos e de cerca de 700 mil contos.
No período em análise, constatou-se, em regra, um aumento do volume de transacções dos futuros PT quando se regista um acréscimo da volatilidade da cotação das acções da PORTUGAL TELECOM no mercado à vista, o que se prende com a função de cobertura de risco destes instrumentos.
Bolsa de Nova Iorque (NYSE)
No mercado norte americano, a cotação dos ADS da PORTUGAL TELECOM registou igualmente uma performance favorável, durante o ano de 1997, com um acréscimo de cerca de 66.4%, tendo fechado no dia 31 de Dezembro de 1997 a 47 USD.
A cotação máxima dos ADS da empresa neste período foi de 47 3/4 USD, atingida no dia 31 de Dezembro, e a mínima de 28 1/8 USD, em 2 de Janeiro. Face ao preço fixado para a 3ª fase de privatização (41.81 USD), os ADS da PORTUGAL TELECOM registaram, no final do ano, uma variação positiva de 12.4%.
O volume total de transacções da PORTUGAL TELECOM na NYSE foi de 36.1 milhões de ADS, correspondente a 1 396 milhões de USD, registando uma média diária de 142 mil ADS. No entanto, é de salientar que, por via de especificidade do sistema fiscal norte americano, se verificaram, em Abril, quando do pagamento de dividendos, significativas transferências intra-grupos no montante de cerca 12.9 milhões de ADS.
No ano de 1997, foram emitidos um total de 9.1 milhões de ADS (dos quais 4.7 milhões no âmbito da 3ª fase de privatização) e cancelados 5.3 milhões de ADS, ascendendo a 22.6 milhões o número de ADS registados em Nova Iorque (outstanding) no final do ano.
No ano de 1997, o turnover (número de ADS transaccionados / número médio de ADS outstanding) da PORTUGAL TELECOM na NYSE foi de 199.2%.
A tendência de subida manteve-se no início de 1998 e os ADS da PORTUGAL TELECOM atingiram um novo máximo histórico de 61 1/16 USD no dia 12 de Março, tendo fechado no dia 13 de Março a 58 9/16 USD.
O ano de 1997 ficou marcado por um conjunto de ocorrências de grande relevância para a vida da PORTUGAL TELECOM, S.A., e sobretudo para o seu desenvolvimento futuro.
Verificaram-se alterações legislativas de grande impacto para o sector das telecomunicações, designadamente a definição do calendário de liberalização total do sector, a publicação da nova Lei de Bases do Estabelecimento, Gestão e Exploração de Redes e Prestação de Serviços de Telecomunicações e a alteração à Lei de Delimitação dos Sectores, que permitiu ao Estado reduzir a sua presença directa na Empresa.
A nível interno, 1997 foi também um ano de grande importância, porquanto foi possível prosseguir a estratégia que vinha sendo seguida e lançar as bases para a efectivação de uma Empresa competitiva, orientada para os seus Clientes, rentável e socialmente relevante
.
Procedeu-se à assinatura do acordo de Alinhamento Estratégico com a Concert e à assinatura de acordos de colaboração com a Telefónica de España e com a Telebrás, no seio da Aliança Atlântica, nesse âmbito constituída.
Os acordos de Alinhamento Estratégico visam garantir à PORTUGAL TELECOM o reforço da sua posição de líder no mercado nacional, pelo acesso a produtos, tecnologias e conhecimentos avançados para desenvolver a sua capacidade competitiva e eficiência, o desenvolvimento do tráfego internacional e o acesso a uma plataforma global de telecomunicações que permita a oferta integrada de produtos e serviços aos Clientes multinacionais em termos competitivos, a par do desenvolvimento de investimentos internacionais.
O acordo de colaboração com a Telefónica e o aprofundamento da Aliança Atlântica tiveram por objectivo a cooperação mútua e realização conjunta de investimentos internacionais, na América Latina e em África, contribuindo para que se potenciem as vantagens naturais de que dispomos nesses mercados.
Foi assinada a Convenção de Preços para o Serviço Fixo de Telefone, a vigorar no triénio 1998-2000, a qual permitirá a concretização de uma profunda reestruturação do sistema de preços, visando a criação de um sistema mais simples, justo e flexível, contribuindo para o aumento da competitividade da Empresa num sector em crescente dinâmica competitiva.
Concretizou-se a 3ª fase de privatização da PORTUGAL TELECOM, S.A., elevando para cerca de 75% o capital social da Empresa na posse do sector privado. No âmbito do alinhamento e acordos estabelecidos, os nossos parceiros internacionais passaram a deter 6.25% do capital social da PT,S.A..
A actuação da PORTUGAL TELECOM, S.A., em 1997, pautou-se pela prossecução da estratégia definida, reforçando a orientação para o mercado e o desenvolvimento e solidificação das suas capacidades distintivas, visando a preparação para a concorrência plena que se avizinha.
Procurou-se, fundamentalmente, aumentar a base de Clientes e incentivar a utilização dos serviços, reforçar as capacidades produtivas por forma a aumentar o volume de negócios, prosseguir com o programa de modernização das infra-estruturas e com a introdução atempada de novos serviços e produtos no mercado, e aumentar a produtividade empresarial, através da rentabilização dos capitais empregues, do aumento da eficiência operativa e da redução do número de trabalhadores ao serviço.
Procurou-se igualmente melhorar a organização interna e intra-Grupo e reforçar a postura comercial da Empresa, nomeadamente através de acções de formação e do reforço no número de profissionais nas áreas mais directamente ligados ao Mercado, orientando-os, claramente, para a satisfação do Cliente.
As acções desenvolvidas ao longo do ano permitiram-nos reforçar uma imagem de solidez, de constante procura da melhoria dos serviços oferecidos, de inovação e de preocupação em oferecer, aos nossos Clientes, as mais modernas ferramentas de trabalho e de lazer, apresentando-nos como uma Empresa de futuro e com futuro.
Fruto dessa actuação, a PORTUGAL TELECOM encerrou o exercício de 1997 com resultados líquidos de 70.4 milhões de contos, valor superior ao alcançado no exercício de 1996 em 27.6%, que permitiram elevar a rentabilidade média do capital próprio para 17.4%. As receitas de exploração ascenderam a 412.6 milhões de contos e conteve-se em 3% o crescimento da totalidade de Custos e Perdas.
Estes resultados são o corolário da estratégia que temos vindo a seguir, que, estamos convictos, nos permitirá continuar a ser, apesar das adversidades que iremos encontrar, uma Empresa de referência, líder em todos os mercados em que actuamos. Contamos para isso com a prestimosa colaboração das nossas subsidiárias e dos trabalhadores que integram esta Organização e com a confiança dos Senhores Accionistas.
Enquadramento Económico e Regulamentar
A envolvente económica em 1997, quer nacional, quer internacional, foi favorável ao desenvolvimento dos negócios na generalidade dos sectores económicos nacionais.
Na União Europeia (UE), bem como nos Estados Unidos da América, a actividade continuou a evoluir favoravelmente, estimando-se para 1997 crescimentos do PIB de 2.6% e 3.8%, respectivamente (1.7% e 2.8% em 1996). No Japão, devido à crise financeira asiática, o crescimento estimado para 1997 não será superior a 0.5% (3.5% em 1996).
A taxa de desemprego manteve-se elevada na UE (estimativa de 11.3% no final de 1997), não acompanhando as taxas estimadas para os EUA (5.0%) e para o Japão (3.4%). A inflação manteve-se a níveis baixos na generalidade das economias industrializadas, estimando-se taxas de 2.0%, 2.1% e 1.7%, respectivamente para a UE, EUA e Japão.
A economia Portuguesa apresentou um bom desempenho ao longo de 1997, estimulada pela procura interna dinamizada pelo investimento, e pela procura externa, estimando o Governo uma taxa de crescimento real do PIB de 3.5%, superior ao crescimento médio da UE. Este dinamismo reflectiu-se no mercado de trabalho, tendo a taxa de desemprego média anual em 1997 sido de 6.7%, menos 0,6 pontos percentuais (p.p.) do que em 1996.
A inflação manteve a trajectória descendente verificada nos últimos anos, com 1997 a apresentar uma variação média no Índice de Preços no Consumidor (IPC) sem habitação de 2.2%, inferior em 0.9 p.p. à registada em 1996 (3.1%). A redução da inflação e a relativa estabilidade cambial permitiram a redução das taxas de juro de curto e longo prazos, situando-se o diferencial de taxas de juro a três meses no final de Dezembro, face ao marco alemão, em 1.4 p.p., menos 1.7 p.p face ao final do ano anterior. Também o diferencial das taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública a 10 anos se reduziu, face ao ano anterior e ao marco alemão, em 0.8 p.p., tendo-se situado em 0.3 p.p. no final de 1997.
A situação económica favorável, que contribuiu para o dinamismo verificado na Bolsa de Valores de Lisboa (BVL) ao longo de 1997, cujo índice BVL 30 obteve uma valorização de 74.6% face ao início do ano, teve reflexos positivos no acréscimo de actividade e na expansão do volume de negócios da PT.
A nível regulamentar, o ano de 1997 caracterizou-se pelo reforço da liberalização do sector de telecomunicações, com a publicação de legislação com grande influência nos negócios prosseguidos pela PORTUGAL TELECOM, S.A. e suas subsidiárias.
De destacar a Decisão da Comissão, de 12 de Fevereiro de 1997, relativa à concessão a Portugal de períodos de execução adicionais para a transposição das Directivas 90/388/CEE e 96/2/CE, no que se refere à abertura à plena concorrência dos mercados de telecomunicações, que se traduz, nomeadamente, na:
outras redes móveis ou fixas internacionais (a partir de 1 de Janeiro de 1999);
Igualmente importante foi:
Portugal Telecom consolida liderança
Com um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 254.200 milhões de contos em 1996, a Portugal Telecom lidera o ranking das 1000 maiores empresas estabelecido. A operadora de lelecomunicações classifica-se igualmente em primeiro lugar na classificação relativa aos "Transportes, Comunicações, Serviços de Distribuição". Com a terceira fase de privatização que recai sobre 16 milhões de acções, a empresa anuncia que vai realizar investimentos no valor de 330 milhões de contos até ao ano 2000. Mais de nove vezes subscrita destronando o sucesso da privatização da EDP, a terceira fase de alienação da Portugal Telecom permite um encaixe da ordem dos 350 milhões de contos.
A empresa liderada por Murteira Nabo anuncia entretanto que vai reduzir 2500 postos de trabalho até ao ano 2000. A par da redução de efectivos, a Portugal Telecom prevê recrutar 500 novos trabalhadores até final de 1999. Quanto ao volume de investimentos previstos, 200 milhões de contos serão canalizados para o mercado internacional, assumindo a compra de um por cento da operadora espanhola Telefonica grande parte daquele montante. Quanto ao mercado internacional, a Portugal Telecom prevê afectar os restantes 130 milhões de contos durante os próximos três anos.
A par de tudo isto deve referir-se que os telemóveis disparam, não será propriamente uma surpresa a previsível queda da rede fixa nos próximos anos. Falta, porém, saber qual a sua extenção.
O mercado dos telemóveis deverá parar de crescer em 2007.
Segundo um estudo da consultora AT Kearney, que faz uma análise do sector até 2010, portugal atingirá a saturação de cobertura móvel até 2007, nessa altura, 70% da população utilizarão telemóveis. Hoje, Portugal já regista níveis de penetração acima da média europeia: 19% da população têm telemóvel ,contra 16% da EU.
Segundo o mesmo estudo, a Portugal Telecom perderá, pelo menos 20% do mercado fixo nos próximos quatro anos. Até 2010, perto de um terço dos clientes dos telefones fixos abandonará este serviço, rendendo-se de vez aos móveis.
A Portugal Telecom não arrisca previsões sobre a evolução deste mercado. No entanto começa já a lançar campanhas.
A entrada no mercado de novas companhias, nomeadamente multinacionais constitui a grande ameaça para a Portugal Telecom
O Futuro da Portugal Telecom
( Perderá, pelo menos, 20% do mercado de serviços de telecomunicações fixas entre 2000 e 2003;
( Será o fornecedor dominante de serviços e infraestruras, a quota de mercado perdida para os novos concorrentes será compensada pela interligação dos novos operadores que deverão recorrer à rede Portugal Telecom. "A emprese terá de deixar de encarar os outros operadores como concorrentes, porque serão os seus principais clientes."
( Despedirá 6 mil pessoas até 2010;
( A maior descida da quota de mercado será nas chamadas interurbanas e internacionais;
Fonte: AT Kearney
RECOMENDAÇÕES: COMPRAR, VENDER E MANTER
Um accionista deve transaccionar as suas acções de forma a atingir o maior lucro possível. Para tal, deve fazer um estudo pormenorizado sobre a evolução das cotações na Bolsa de Valores.
Após um estudo da evolução das cotações no primeiro semestre do ano de 1996, verificamos que a data ideal para comprar acções seria no segundo dia do mês de Janeiro, cujas acções estavam cotadas a 2.803$00, tendo sido este valor o mínimo atingido.
O dia 28/06/96 seria o dia indicado para o accionista obter o maior lucro possível vendendo as suas acções cotadas a 4.180$00.
No segundo semestre verificou-se uma evolução das cotações. O dia 11/12/96 foi o indicado para o accionista vender as suas acções, pois estas atingiram o valor de 4.375$00. Caso desejasse adquirir mais acções, deveria fazê-lo a 18/07/96, no qual o mínimo atingido foi de 3.826$00.
Relativamente ao ano de 1997, detectamos que no primeiro semestre o comprador deveria vender as suas acções ao preço de 7.270$00, sendo este o valor mais alto atingido no dia 26/06/97 do ano em causa. O dia mais favorável para a compra das acções seria o dia 25/01/97. pois as suas cotações desceram ao valor de 4.090$00.
No segundo semestre de 97 seria rentável que o accionista vendesse as suas acções ao preço de 7.795$00, valor "registado" a 09/07/97 e a 21/10/97. Caso desejasse comprar acções neste período, o dia indicado seria 29/09/97, tendo estas (acções) registado o valor de 6.655$00.
Durante os períodos referidos verificaram-se oscilações menos significativas, nas quais o accionista deveria Ter mantido as suas acções, pois, por vezes, nem todas as "alterações" são motivo para a venda e a compra de acções.
As recomendações que apresentamos parecem-nos as mais indicadas, embora possam não ser a 100% as mais correctas, pois não temos uma visão tão completa como os correctores.
A realização deste trabalho permitiu-nos, testar os nossos conhecimentos, no que respeita a utilização do material informático e também das nossas capacidades metodológicas.
A nível de utilização de material informático tentamos usufruir das potencialidades que o computador nos oferece.
Mas além de podermos aprofundar os nossos conhecimentos informáticos e tomarmos consciência que a necessidade de os obtermos é, na sociedade actual uma exigência, este trabalho permitiu-nos a nível económico conhecer um pouco da Portugal Telecom .
Com a realização deste trabalho pretendemos essencialmente aplicar os nossos conhecimentos teóricos à prática, ou seja aprendemos a utilizar melhor as "ferramentas" informáticas através da utilização de recursos como sistema operativo WINDOWS 95, programa WORD, EXCEL ,POWER POINT e INTERNET.
Internet
Jornal "Vida Económica"
Jornal "Expresso" – suplemento (Outubro/97)
Revista "Exame"